Com o grupo do ballet infantil passamos pelo processo de compor uma coreografia. Como a paisagem do Japão afetou toda a pesquisa do nosso imaginário com a narrativa de uma dança que salva a vida das baleias da triste realidade do arpão do caçador, começamos a nos perguntar quais seriam os personagens da nossa narrativa, dando início á investigação de uma breve mitologia de sereias, dragões e deusas.
Nos perguntamos como seria o movimento desses personagens e partindo da pesquisa individual, exploramos as possibilidades de atualizar um único movimento em diferentes possibilidades.
Demos seguimento nos perguntando como esses personagens se encontrariam, e encontramos na história alinhavada com o amor pela escrita, os acontecimentos de uma dança sustentada pela prática de uma presença artística que ocupa o espaço.
Falamos sobre dedicação como um estado de entrega e concentração no que queremos dar vida, tornar visível, no nosso caso, uma dança-menina de seres místicos e beleza. Uma dança que salva vidas, de estar inteira no que se faz.
Nossa aula começa pelos princípios iniciantes do ballet, alongamento, barra, a posição dos braços, a posição dos pés, o tendu, plié, o despertar do tônus que faz o ballet, o allegro, pequenos saltos ao centro, o skip e a valsa na amada e aguardada diagonal.
A cada etapa adentramos a qualidade de cada passo, lembrando da necessidade da repetição da qual é feita o ballet. Repetição que aos poucos vai dizendo ao corpo como se faz, e pelo sentir, a técnica vai se fazendo com a poética que rege a dança. Intenção de ocupar o movimento com a vontade de quem acredita na dança como linguagem, desenvolvendo formas de dizer com o movimento.