A maioria das crianças do Toddler estão na sua primeira escola, até então ficavam em casa e, pela primeira, vez estão socializando com um grupo de crianças da sua idade. Elas estão conhecem o mundo e começando a se relacionar com ele. Aquele relacionamento que tem com os pais, ou com os seus cuidadores, são predominantemente pautados pelo toque, já que essas crianças ainda precisam ser trocadas, banhadas e muitas vezes carregadas. Os abraços e ataques de beijinhos também fazem parte do repertório que aprenderam para se comunicar.
Eles querem se expressar, chamar atenção daqueles a sua volta e interagir com os colegas, mas muitas vezes eles não tem as palavras para isso, ou não entendem bem que a linguagem que ele usa pra cantar ou pra pedir mais agua também serve para negociar e expressar seus sentimentos, por isso usam aquilo que funciona em casa, o toque, o choro e o colo, para se comunicarem.
Eles vão através de tentativa e erro, procurando meios de mostrar seus sentimentos e pensamentos e, muitas vezes, encontram no meio desse caminho a mordida. Por motivos diferentes, algumas crianças passam por essa fase em que usam sua boca pra se comunicar, mas não falando, e sim mordendo pessoas com que convivem.
Sabemos que é uma fase, e que as crianças não fazem por mal (muitas vezes estão até tentando fazer um carinho), mas quem é mordido não gosta nada disso, e com razão! E quem morde muitas vezes fica estigmatizado, fica nervoso e se sentindo culpado, sem saber exatamente por que, já que, por ser egocêntrico como qualquer criança de até 3 anos, não percebe que seu ato pode realmente machucar o outro.
Então a nossa missão é essa: ensiná-los que há outras formas pacificas e socialmente aceitas de se comunicar e de se relacionar. É ai que a parceria escola e familia entra em ação. A prevenção é a chave! Por isso passamos a fazer observações cuidadosas para perceber quais são as circunstâncias em que as mordidas são mais frequentes. Fazemos ajustes na rotina para evitar esses momentos ou garantir a supervisão um a um das crianças. Nas conversas com a familia entendemos quais sentimentos estão gerando esse comportamento e como ajudar as crianças a expressa-los de maneiras diferentes.
Muito amor e carinho é dado àqueles que são mordidos pelos colegas, inclusive a criança que mordeu é incentivada a cuidar do dodói, despertando assim a empatia. Não existem receitas pré determinadas, por isso o diálogo entre a escola e a familia é fundamental para que o grupo sirva de suporte para evitar essas situações, protegendo assim tanto o mordido quanto o que morde.