Existe uma frase da Ann Landers, famosa colunista norte americana , de que eu gosto muito: “Não é o que você fez pelo seu filho, mas o que você o ensinou a fazer por si mesmo, que vai torná-lo um ser humano bem sucedido”. Levo este mantra comigo enquanto mãe, toda vez que minha filha pede para que eu a ajude a colocar a roupa e eu gasto muito mais tempo sentada ao seu lado – ainda que atrasadas para ir pra escola – ensinando-a o passo a passo de vestir-se sozinha.
Na escola também acreditamos muito nisso. Às vezes é mais fácil responder ao aluno como escreve 25: “dois e cinco”. Mas ainda assim, quando questionada, a professora devolve a pergunta: “Onde será que podemos encontrar um 25 para sabermos como escreve?”. Assim, a criança é provocada a fazer alguma relação com o que já conhece, lembrar do calendário por exemplo e ir até ele como fonte de informação da escrita deste número. Assim, ele não aprendeu a resposta, mas o caminho para chegar nela.
As crianças do JK já são capazes de resolverem muitas coisas sozinhas e ainda assim existe uma grande solicitação das professoras em momentos de soluções de conflito. Com isso, percebemos a oportunidade de aprendizado: Como resolvermos os impasses sozinhos?
Primeiramente fizemos uma roda de conversa sobre os diferentes tipos de sentimento, e como reagimos às diferentes situações ao longo do dia. Aprender a reconhecer o seu sentimento já é uma tarefa muito importante.
Depois, falamos sobre o que devemos fazer em diferentes momentos de conflito. As professoras fizeram algumas dramatizações e assim, chegamos a um “passo a passo” de como resolver essas situações.
Colocamos as informações em um cartaz afixado na sala, chamado Anchor Chart, para que sempre que houver alguma ocorrência, eles tenham a referência de como reagir e resolver, sem ficar chamando um adulto para ajudar o tempo todo.
Claro, este é um processo de aprendizagem e é sempre supervisionado pelas professoras. Mas assim, acreditamos estar dando ferramentas para que eles possam resolver esses impasses sozinhos, percebendo quais são as atitudes que provocam elas e como devemos agir para solução de problemas. Com isso, a solução deixa de ser uma imposição de adulto e sim, um caminho encontrado pelas pessoas envolvidas na questão.